Primeiros Caminhos e Edificações do Morro do Castelo

Os três principais caminhos de acesso ou subida ao Morro do Castelo permaneceram os mesmos durante quase cinco séculos, assim como as primeiras construções, iníciadas no século 16 que sobreviveram até o século 20, quando então o morro foi arrasado.

Os Antigos Caminhos de Acesso

O primeiro caminho de acesso ao Morro era feito pela atual Ladeira da Misericórdia, que hoje em dia é apenas um pequeno trecho da ladeira que um dia existiu, próxima ao atual Museu Histórico Nacional, ladeira esta que ligava o Largo da Misericórdia as partes altas do Morro.

Esta ladeira, fica ao lado da Igreja do Bonsucesso e Santa Casa da Misericórdia.

Posteriormente, o morro veio a ter outras duas ladeiras de acesso, uma que se chamava Ladeira do Carmo ou Ladeira do Colégio, no prolongamento da Rua do Carmo, e a Ladeira do Seminário ou Ladeira da Ajuda, na face oposta do morro, com descida onde existia a antiga e extinta Rua da Ajuda perto da atual Praça da Cinelândia.

Esta Ladeira da Ajuda, ficava atrás do edifício do Museu Nacional de Belas Artes, antiga sede da Escola Nacional de Belas Artes, construída na primeira década do século 20, quando da abertura da Av. Central, atual avenida Rio Branco.

Estes caminhos podem ser melhor entendidos na foto de uma maquete, que segue abaixo:

Acima foto de maquete do Morro do Castelo, onde são vistos os primeiros caminhos, que perduraram até o século 20, assim como algumas das primeiras construções que foram iniciadas no século 16 e também permaneceram no local até o desmantelamento do morro e demolição das construções.

Edificações Históricas e Importantes

A maquete mostrada em foto mais acima, também é uma excelente referência para visualizar e entender as primeiras e mais importantes construções do Morro do Castelo.

A Fortaleza de São Sebastião, o Reduto de São Januário, a Igreja de São Sebastião, a Casa da Câmara e o Colégio do Jesuítas com sua Igreja, são as mais importantes das primeiras construções, se destacando e distinguindo-se do casario primitivo, não somente por volume e estilo construtivo e arquitetônico como também pela importância histórica.

Em 1759 o Marquês de Pombal, então primeiro-ministro de Portugal decretou a expulsão do padres jesuítas de das terras e colônias portuguêsas, tendo todos seus bens confiscados.

Após a expulsão, o Colégio dos Jesuítas, então abandonado passou a ser utilizado como Hospital Militar. Posteriormente, seria instalado colado à Igreja o Observatório Astronômico.

Outro ponto importante do Morro do Castelo, e que aparece em muitas pinturas de época, é o antigo posto de Sinais Semafóricos ou "Antigo Telégrafo". Na verdade era um posto de onde se estendiam bandeiras em grandes mastros, sendo que a cor e disposição das mesmas tinham significados codificados.

Os sinais do Antigo Telégrafo eram uma forma de comunicação rápida e à distância com as demais fortalezas, outras autoridades, companhias de navegação e comerciantes, relacionada ao movimento de entrada dos navios na Baía de Guanabara.

Os sinais tinham a função de preparar e avisar as fortalezas em caso de návios inimigos ou não identificados se aproximando. E tinham também a função de "telegrafar" às companhias e também demais envolvidos para se prepararem para a descarga e demais procedimentos relacionados à chegada dos navios.

Comparando com aeroportos, o "posto de telégrafo" do Morro do Castelo com seus sinais de bandeiras, poderia ser entendido também como uma espécie de "torre de controle" dos novos aeroportos, ou também uma "central de radar de defesa" contra invasões, entre suas funções.

Veja mais sobre o Morro de Castelo:

Morro do Castelo - Início | Caminhos e Construções | Morro Castelo no Séc. 19 | Arrazamento do Morro | Tesouro do Jesuítas

Referências

• Livros diversos sobre o Rio de Janeiro e sua História que foram consultados para dar suporte à edição desta página.