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Sítio de Taunay e os Visitantes | História da Floresta da Tijuca - Parte 3

Continuação da História da Floresta da Tijuca tendo por base os escritos de Raimundo O. Castro Maia, ex-Administrador do Parque, com acréscimo de comentários, gravuras históricas e fotos de locais narrados feitas por mim, criador desta páginas.

Muitos Visitantes Ilustres ao Sítio de Nicolas A. Taunay e Seus Descendentes

O texto em "itálico" são os relatos de Castro Maya.

O sítio de Taunay na Cascatinha atraiu muitos visitantes ilustres. Jacques Arago, durante sua estadia no Rio a bordo do Urania, descreveu em Souvenirs d'un aveugle a visita que fez ao local, tendo encontrado os irmãos Taunay muito desanimados por não conseguirem vencer a resistência passiva dos seus opositores.

O escultor Augusto Marie Taunay conta que lhe tinham encomendado um busto de Camões, que ele representara zarolho. Assim não quiseram os portugueses, tinha que ser tirado "este defeito"; o autor acabou destruindo a estátua de mármore que já estava concluída.

Outros nomes famosos relatam sua passagem por aquele recanto, como o naturalista Príncipe Maximiliano zu Wied Neuwied, Freycinet, o sábio Auguste Saint Hilaire. Os botânicos Carlos Frederico von Martius e João Batista Spix contam que fizeram uma longa excursão, subindo a serra pelo lado do Andaraí, e, guiados por um riacho, chegaram a um salto de cerca de cem pés de altura, abaixo do qual havia uma casinha hospitaleira onde moravam os irmãos Taunay e seus familiares.

Cascatinha e casa de Taunay na Floresta da Tijuca, por Rugendas

O pintor J.M.Rugendas representou a Cascatinha e a casa de Taunay, visto do lado direito, quando esteve no local em 1822.

Nicolas Antoine Taunay regressou à pátria em 1821 com a mulher e os filhos Carlos e Hipólito, deixando no sítio da Tijuca o seu irmão Auguste Marie e seus filhos Félix Émilie, Theodoro e Adriano.

Em 1824 Auguste Marie Taunay falecia repentinamente. Escreve o Visconde de Taunay: "meu tio-avô, depois de ler um pouco, encostou a cabeça nos braços, quando foram chamá-lo estava morto."

Se esta foi uma morte suave o mesmo não aconteceu a Adriano. Moço de grande talento e muito atirado, depois de ter viajado com Arago e naufragado nos baixios das ilhas Malvinas, regressou ao Brasil. Quando excursionava pela província de Mato Grosso, participando da expedição organizada pelo Barão Langsdorff, Cônsul-Geral da Rússia no Brasil, apartou-se da comitiva e pereceu afogado nas águas correntosas do rio Guaporé, ao atravessá-lo a nado.

Existem na Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya 3 aquarelas de Adriano com visto de Arago; nelas se vê o grande talento desse moço que pagou com a vida sua temerária audácia.

Félix Émile, Barão de Taunay, chefe de ilustre família brasileira e diretor da Academia de Belas Artes - pretensão, que não realizara seu pai - conservou por longo tempo a propriedade da Cascatinha; mas não tardou a mudar a residência para o centro da cidade.


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Referências

  • A Floresta da Tijuca, de Raymundo Ottoni de Castro Maya (Autor dos textos em "itálico")