Marco de Posse e Fundação da Cidade do Rio de Janeiro
Este marco feito em granito, visto acima, que remete à metade do século 16, é tido como o marco original comemorativo de posse e fundação da Cidade do Rio de Janeiro por Estácio de Sá, provavelmente talhado e gravado no ano de 1565.
O marco tem gravações em relevo em ambas as faces. Em uma delas as quintas portuguesas, e em outra a cruz cujos galeões e caravelas do tempo da fundação da cidade ostentavam. Foi talhado de uma pedra única, que parece ser granito, parecido ao encontrado no Rio de Janeiro. Existe também afirmações que é de mármore.
Atualmente o marco está em guarda e exposto em uma nave lateral, na popularmente conhecida como "Igreja dos Capuchinhos" ou Igreja de São Sebastião, na Tijuca. Se encontra disposto em pé, protegido por uma grade de metal escuro, e sobre um pedestal formado pelo que parece ser duas placas ou lajes quadradas de granito.
Mede aproximadamente 2 metros e meio de altura, e quando ficava fincando na terra, uma parte do mesmo ficava sob a terra, como uma estaca para conferir firmeza e estabilidade ao mesmo.
Origens do Marco
O Marco mostrado na imagem mais abaixo, entende-se que foi fincado por Estácio de Sá como Marco de Posse da Terra, quando da fundação da Cidade do Rio de Janeiro em 1565.
Primeiramente este Marco teria sido fincado no Morro Cara de Cão, onde Estácio de Sá fez os primeiros assentamentos, ao dar início à luta contra os franceses pela retomada das terra. No Rio de Janeiro, também existe o local ou Praça de Fundação da Cidade, em frente à uma praia entre o morro Cara de Cão e Pão de Açucar, onde teria ocorrido a cerimônia de fundação e seria seu primeiro local de embarque e desembarque.
A Mudança para o Morro do Castelo
Estácio de Sá morreu dois anos depois, em 1567, em decorrência de ferimentos nas ultimas batalhas, quando então os franceses foram definitivamente expulsos.
Mem de Sá, que esteve no Rio em 1567 comandando pessoal algumas operações de guerra, assim que a vitória estava assegurada e o território retomado, decidiu mudar os primeiros assentamentos da Villa Velha que até então estavam no Morro Cara de Cão para o Morro do Castelo.
Posteriormente, tanto os restos mortais de Estácio de Sá, como este Marco de Posse, foram transladados para o Morro do Castelo ainda no século 16.
Por volta de 1843, a Igreja de São Sebastião, que ficava no Morro do Castelo e estava em abandono, foi passada para os Capuchinhos Italianos, que então reformaram a Igreja conservando as três naves primitivas e construindo proximo desta Igreja o seu convento.
Do lado externo desta Igreja, permanecia, de muito longa data este Marco, fincado no chão e com aproximadamente 1 metro ou cerca de quarto palmos acima da terra.
Nova Mudança de Local
Quando ocorreu o desmonte do Morro do Castelo, em 1922, não somente o Morro foi arrasado, como também todas as construções históricas desde o tempo da fundação da cidade. Salvaram-se poucas peças isolodas que foram preservadas.
Com o arrasamento do Morro, surgiu a chamada esplanada do Castelo no centro da Cidade.
O Marco da Cidade esteve então por algum tempo colocado no centro da Praça da Esplanada do Castelo.
O Local escolhido na nova planície, era o ponto exato, em projeção, onde ficava anteriormente em relação à antiga e histórica Igreja demolida.
Posteriormente este Marco de Posse, foi levado para o novo local onde foram instalados os Capuchinhos, inicialmente na Rua Conde de Bonfim, na Tijuca. Se tratava de um local provisório destinados aos frades, que posteriormente se mudariam para a Rua Hadock Lobo.
É na Rua Hadock Lobo, onde fica a Igreja de São Sebastião, também conhecida como "Igreja do Capuchinhos" que se encontra em guarda pelos Capuchinhos o Marco da Cidade.
Ao lado a foto da Igreja dos Capuchinhos, na Tijuca. Em seu "frontispício" existe uma gravura alegórica acerca tendo o Marco da Cidade do Rio de Janeiro ao centro.
Alegoria sobre o Marco da Cidade
Ao lado, a alegoria onde aparece o Marco de Posse e Fundação da Cidade, vista em foto. Esta alegoria em gravura se encontra num plano rebaixado em forma de arco e também emoldurado por arcos, acimas das portas de entrada principais da Igreja de São Sebastião.
Na gravura, em primeiro plano é visto o Marco ladeado por indíos, portugueses e religiosos sobre o que parece ser uma pequena ilha.
Do lado direito aparece algumas caravelas com a Cruz de Malta e ao fundo o que talvez pareça ser o Pão de Açucar tendo o Morro Cara de Cão colocado do lado esquerdo. Do lado direito, aparece o que provavelmente é o antigo Morro do Castelo.
Salvo melhor entendimento, parece se tratar realmente de uma alegoria ou representação fantasiosa, já que o Marco deveria ter sido inicialmente cravado no Morro Cara de Cão ou talvez em principio em uma pequena praia e faixa de areia que existe entre o Pão de Açucar e Morro Cara de Cão, local este que fica voltado para o oceano, e não para a Baía de Guanabara. As construções do que parece ser uma representação fantasiosa da antiga Ponta do Calabouço ou do Morro do Castelo, também não poderiam existir, a menos que o Marco não tenha sido colocado durante a época da fundação da cidade.
Veja também neste sobre site sobre o Monumento à Estácio de Sá, instalado em um local de onde se tem uma bela vista ao nível do chão da Baía de Guanabara. No interior do Monumento à Estácio de Sá, existe também uma lápide em pedra plana ou lage que é da sepultara do fundador da Cidade.
Referencias e Fontes:
- Consulta à livros sobre a história e iconografia da Cidade do Rio de Janeiro para dar suporte à criação desta página.
- Visita à Igreja dos Capuchinhos na Tijuca e fotos tiradas no local.