Rio de Janeiro AquiRio de Janeiro Aqui

História do Aterro e Parque do Flamengo

História do Aterro e Parque do Flamengo - Foto do Parque recem inaugurado

Como o próprio nome diz, a área onde situa-se o Parque do Flamengo, é uma área aterrada, uma parte do Rio criada artificialmente. Para tal, foi usada a terra proveniente do desmonte e demolição parcial do morro de Santo Antônio, no centro de Rio de Janeiro.

Embora uma das belezas criadas pela natureza tenha sido destruida para a construção desta área, o bom gosto prevaleceu quanto ao resultado final, e o aterro do flamengo se integrou à paisagem do Rio, se tornando também uma de suas atrações.

Motivos para a criação ou construção do Aterro do Flamengo

Tendo o nome oficial de Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, a obra do aterro do Flamengo teve também como objetivo criar vias de tráfego mais amplas e de alta velocidade, e também afastar a invasão de aguas do mar quando em dias de "ressaca" ou mar bravio.

Além destes motivos, facilitou a viabilidade prática de sua construção o fato de dar vazão à terra retirada do desmonte parcial do Morro de Santo Antônio, assunto este que é abordado mais abaixo.

Parte da Praia de Botafogo também foi aterrada para alargamento das pistas que vem do aterro do Flamengo, fazendo assim sua continuidade.

E da mesma forma que a faixa de areia da Praia do Flamengo foi jogada para dentro em direção ao mar, a praia de Botafogo também jogada para a frente, igualmente em direção ao mar.

Aterros anteriores ao "Aterro do Flamengo"

Deve-se salientar também que, nas mesmas áreas próximas, antes do aterro do Flamengo propriamente dito, existiram aterros anterioreis.

Se tratava de uma faixa de menor largura, feita no início do século 20, Estes aterros foram feitos para abertura da avenida Beira Mar terminada em 1907, que seguia do centro da cidade até Botafogo, mas não contornava o Morro da Viúva. Nesta época o antigo terração do Passeio Público, que ficava rente ao mar foi então afastado, tendo a Av. Beira Mar passando à sua frente.

Pão de Açucar visto da praia do Flamengo

Pão de Açucar visto da Praia do Flamengo na foto acima. A foto foi tirada da faixa de areia que fica na altura do Largo do Machado. Com a construção do aterro, a praia foi empurrada mais para frente em direção ao mar.

O local onde se encontra o Aeroporto Santos Dumont e também a área até onde se encontra o MAM ou Museu de Arte Moderna também foi aterrada na terceira década do século 20, em 1922 com utilizando as terras provenientes do desmonte do Morro do Castelo. Este aterro de 1922 é chamado Aterro do Calabouço.

Parte destas terras, também foram utlizadas pra construção de outro aterro na antiga enseada da Glória que desapareceu, para dar origem à Praça Paris, inaugurada em 1927, sobre aquele aterro, feito à frente da Av. Beira Mar.

No local onde existia o Morro do Castelo, ficou uma área plana, hoje conhecida como Esplanada do Castelo, onde situam-se os antigos edifícios do Ministério do Trabalho, da Fazenda e Palácio da Cultura ou MEC.

Antigo litoral do Rio antes dos aterros da Av. Beira Mar e Calabouço

Antes dos aterros de 1906 (abertura da Av. Beira Mar) e 1922, até o final do século 19 e início do século 20, o mar chegava até os limites do Passeio Público, de onde, de uma mureta se contemplava a entrada da Baía de Guanabara.

E chegava também quase enconstado na Igreja de Santa Luzia, onde havia uma antiga praia. Toda a área de frente à Cinelândia (onde havia a antiga Praia da Ajuda) até a Praça Quinze (onde havia a Praia Dom Manuel) foi bastante aterrada.

À estes aterro anteriorios, feitos no início do século 20, em 1906 e 1922, acrescentou-se mar adentro e acompanhando o novo litoral o chamado Aterro do Flamengo. 

Deve-se anotar também que, onde existe o Parque do Passeio Público já foi uma lagoa, chamada Lagoa do Boqueirão. Esta lagoa se estendia da faixa de areia do mar até os Arcos da Lapa.

De Onde Veio a Terra? Desmonte do Morro de Santo Antônio

O Aterro do Flamengo foi feito com terra do desmonte ou arrasamento do Morro de Santo Antônio. A maior parte do morro foi demolida, tornando o local uma esplanada ou campo plano e aberto até sua ocupação por novas construções. Assim, no local anteriormente ocupado pelo morro, foi construída a nova Catedral Metropolitana, e alguns edifícios modernistas tais como o Edifício da Petrobrás, Edifício do antigo BNH e o edifício do BNDS, todos eles construídos na Avenida Chile, que foi aberta em função da demolição do morro.

Foi preservada apenas uma parte do morro, que fica ao lado do complexo histórico do Convento de Santo António com suas duas igrejas, em frente ao Largo da Carioca.

Referências:

Consulta a livros e revistas sobre história e iconografia do Rio de Janeiro