Morro de Santo António
O Morro de Santo António já foi um dos marcos da cidade do Rio de Janeiro.
Foi o local escolhido pelos Franciscanos, á 4 séculos atrás, em 4 de Julho de 1608 para lançar a pedra fundamental de Convento de Santo António, que deu nome ao morro.
Ao longo dos anos seus arredores mudaram muito acompanhando a evolução urbana da cidade. Desapareceu quase que totalmente no final dos anos de 1950 e início dos anos de 1960.
Em frente ao Convento, onde é hoje o Largo da Carioca e Av. Treze de 13 de Maio já existiu uma lagoa se ligava por uma nesga com o mar. Era a também chamada Lagoa de Santo António que com o passar do tempo acabou sendo aterrada.
A ilustração ao lado é uma reconstituição da paisagem simulando o ano de 1650. Observe que do lado direito vemos o Morro de Santo António já com o convento lá construído. A parte mais alta atrás do convento é continuação do Morro de Santo António.
Do lado esquerdo da antiga extinta lago, vemos o Morro do Castelo com uma de suas antigas subidas. E em primeiro plano, vemos uma vala que segue ao longo de um caminho. Este caminho é antiga Rua da Vala, hoje chamada de Rua Uruguaiana.
Observe na planta de 1906 do Rio de Janeiro, que está mostrada mais abaixo nesta página, que o Morro de Santo António era circundado pelas Ruas Evaristo da Veiga, Senador Dantas, Largo da Carioca em frente ao Convento de Santo António, Rua da Carioca, Rua Luiz Gomes, Rua do Lavradio e R. Belisário.
Arrasamento ou desmantelamento do morro
O Morro de Santo António viria a ser arrasado no final dos anos de 1950 e início dos anos de 1960, para dar origem à uma grande área plana, chamada de Esplanada do Morro de Santo António.
Após o arrasamento do morro, foram abertas as Av. República do Chile e Av. República do Paraguai, e posteriormente foram feitas grandes construções, entre elas nova Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, principal igreja da cidade.
Terras do morro permitiram criar o Parque do Flamengo
As terras do demonte do morro foram usadas para criar uma grande área aterrada um pouco à frente da Cinelândia ou Praça Marechal Floriano, para as cerimônias do Trigésimo Sexto Congresso Eucarístico Internacional, onde se reuniram depois milhares de pessoas.
Neste local e nos demais aterros feitos à frente da Av. Beira Mar, foi feito o Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, também chamado de Parque ou Aterro do Flamengo.
Centro do Rio em 1914
Acima o Morro de Santo António que seria arrasado em no final dos anos de 1950.
Esplanada apos arrasamento em 1965
Acima a área planificada no Centro do Rio, após o arrasamento do Morro de Santo António.
Morro de Santo António na planta do Rio de Janeiro, feita em 1906
A planta ao lado, é um trecho de uma planta de 1906, usada pelo administração do então Prefeito Pereira Passos, indicando as melhororias e grandes transformações pelas quais passava a cidade.
Na planta podemos ver o Morro de Santo António com as indicações das curvas de nível com suas cotas.
Clique sobre a planta ou sobre o link à seguir para ver a planta do centro do Rio em 1906 em maior escala e com mais descrições.
O morro que aparece do lado esquerdo é o morro de Santa Teresa, e o que aparece mais abaixo é morro do Castelo, que viria a ser desmantelado em 1922.
Na Planta podemos ver as recem abertas avenidas Mem de Sá, Av. Beira Mar e Av. Rio Branco.
Nesta época foi também construído o novo porto do Rio de Janeiro.
O que restou do Morro após o desmantelamento
A parte demolida, fica ao lado do histórico Convento de Santo Antônio e suas duas Igrejas históricas anexas, construções dos tempos coloniais, que felizmente continuam sobre o que restou do antigo morro.
Tanto o Convento de Santo Antônio como o Morro de Santo Antônio (o que restou do morro) fica no centro do Rio, de frente ao Largo da Carioca.
A antiga área do morro que foi demolida, onde foi aberta a Avenida República do Chile, tinha a Rua do Lavradio correndo ao lado das antigas margens do morro, assim como as ruas da Carioca, Senador Dantas e Evaristo da Veiga que também o circundavam.
O desmonte do morro ocorreu na década de 1950, mas já existiam planos para sua demolição desde o início do século 20. Na década de 1920, já havia sido demolido do Morro do Castelo, que ocupava a área onde foram construidos diversos prédios com os do Ministério do Trabalho, da Fazenda e outros, assim como é o local onde foi construida a avenida do Castelo que segue até a Rua Primeiro de Março.
Os motivos alegados para a demolição do Morro de Santo Antônio e do Castelo eram falta de espaço para a "evolução urbana" da cidade, ideia em voga na primeira metade do século XX.
Além abrir espaço e avenidas largas de acordo com os conceitos de "evolução urbana" vigentes naquela época, o desmonte do morro também serviu para fornecer material para o Aterro do Flamengo.
Havia interesse também em prover uma área para as cerimônias do Trigésimo Sexto Congresso Eucarístico Internacional, onde se reuniram depois milhares de pessoas.
Após o desmonte ficou preservada a área onde se ergue o Convento de Santo Antônio (séculos XVII-XVIII) e a vizinha Igreja da Ordem Terceira de São Francisco (século XVIII), ambas excepcionais obras de arte colonial carioca.
Referências e tontes de consulta
- Consulta a livros e revistas sobre a história, arquitetura e iconografia do Rio de Janeiro