O Convento de Santo Antônio teve sua construção iniciada em 4 de Julho de 1608, quando então foi lançada sua pedra fundamental. Em 2013, nesta mesma data, completa-se 405 anos daquela data ou 4 séculos.
Primeiros Franciscanos no Rio de Janeiro
O Convento de Santo Antônio assim como o Mosteiro de São Bento e Convento do Carmo (cujo edifício ainda se encontra na Praça Quinze), são as mais antigas instituições religiosas e católicas da Cidade.
Os primeiros padres franciscanos chegaram ao Rio de Janeiro em 1692, sendo Frei António das Chagas e Frei António dos Mártires. Seu primeiro local de acomodação foi onde existia a ermida de Santa Luzia, em local muito próximo onde ainda existe a atual Igreja de Santa Luzia. Naquele local, em terras doadas aos Franciscanos que deveria ser erguido o convento, entre o mar que até ali chegava rente à ermida e o sopé do Morro do Castelo (desmantelado em 1922).
Entretanto, 15 anos se passaram e no local nada havia sido construído. Nesta época esteve no local Frei Leonardo de Jesus, que julgou o local inadequado, e solicitou ao então Governador e Câmara outro terreno para a construção do convento.
Construção do Convento
A doação veio em Abril de 1607, quando então lhes foi doado outro terreno no Morro de Santo Antônio, até então chamado de Morro do Carmo. Em Junho do ano seguinte foi então iniciada a construção do convento e igreja, quando então foi lançada a pedra fundamental.
Segundo consta, Afonso de Albuquerque, então Governador da Cidade do Rio de Janeiro, carregou a pedra fundamental juntalmente com a imagem de Santo Antônio.
O superior nascente comunidade era Frei Vicente do Salvador, que foi também o autor do primeiro livro de história do Brasil.
Decorridos 7 anos do início da construção, os Franciscanos puderam mudar-se para a parte já edificada, quando então a primeira missa foi celebrada em Fevereiro de 1615, em um altar provisório.
Entretanto as obras se arrastaram por vários anos, mas com o entusiasmo que caracterizava as construções religiosas daquela época, contando com a usual colaboração dos frades artistas, enquanto mantinham também sua vida no claustro.
Descrição das Edificações
O Convento tem uma posição privilegiada e dominava a paisagem do que viria a ser o Largo da Carioca e imediações, tendo duas igrejas à sua direita, a Igreja de Santo António e a da Penitência. Ainda hoje, estas construções reinam soberbas sobre o Largo da Carioca, sobre a parte que restou preservada do Morro de Santo Antônio, também desmantelado nos anos ultimos anos da década de 1950.
O convento possui 3 pavimentos, o que é usual nas edificações dos franciscanos, tendo um jardim ao centro cercado por galerias. Sob os pisos das galerias existem supulturas de frades ilustres. No claustro existem várias capelas seculares, e entre as que mais se destacam, está a de São Francisco de Assis.
O convento possui em torno de 100 celas, além de grandes salões e uma biblioteca com rico acervo.
A sacristia do convento tem suas paredes revestidas com azulejos que contam a vida e os milagres de Santo António, e no mesmo local existe uma imagem de Cristo corada de espinhos, feita em tamanho natural.
Fatos interessantes
Uma imagem de Santo António tem sido iluminada intermitentemente à 300 anos, instalada em um nicho no alto da fachada do convento. À Santo António sido concedido o título de Capitão de Infantaria em 1710.
Importância política na Independência do Brasil
Entre os frades que se destacaram tanto nas funções religiosas como na influência política e história do Brasil, está Frei Francisco de Santa Teresa de Jesus Sampaio. Este teve importante participação no movimento da Independência, tendo recebido Dom Pedro I por diversas vezes em sua cela.
Freis de destaque e personalidades importantes repousam no local
Entre os túmulos no claustro, destaca-se também o de Frei Fabiono de Cristo que se tornou muito popular por ter realizado curas milagrosas.
Além de Frei Francisco Sampaio, encontram-se sepultados no convento Frei Conceição Velosos e Frei Francisco de Monte Alverne.
Muitos membros da Famiília Imperial também se encontram ali sepultados, sendo que alguns tiveram seus restos transladados para o local quando ocorreu a demolição do Convento da Ajuda, convento este que ocupava parte da área do que é hoje a Praça da Cinelândia.
Na igreja estão sepultados os Governador Luiz Vahia Monteiro, conhecido como o Onça e o padre e poeta Souza Caldas. Os Condes de Linhares e Conde da Barca, que foram Ministros de D. João VI, assim como o arquiteto Grandjean de Montigny e sua esposa também repousam na igreja.
Referencias e Fontes: