Praça Mauá
A Praça Mauá é uma das principais Praças do centro do Rio de Janeiro, ligada à Praça da Cinelândia pela Av. Rio Branco. Se trata de uma área antiga e com sítios e construções históricas ao redor. A frequência diurna é muito popular de pessoas em transito e a frequência noturna não muito recomendada. A área se encontra em revitalização com novas construções, inclusive a de um museu.
O nome dá Praça decorre de homenagem ao Barão de Mauá, ou Irineu Evangelista de Souza, o maior empresário brasileiro no tempo do Império ou Segundo Reinado, época de Pedro II. No centro da Praça existe uma estátua do Barão de Mauá, que por sinal alí era também proprietário de um trapiche e vários negócios relacionados à área portuária.
O que ver na Praça Maua e Imediações
No perímetro da Praça existe um antigo conjunto arquitetônico preservado, em vários estilos e de várias épocas. Além do mais, existem as novidades que tem surgido em decorrência dos projetos de revitalização da área portuária que envolvem a Praça Mauá, o bairro da Saúde, bairro da Gamboa e bairro Santo Cristo, projetos estes que vem desde o final da última década do Século 20 e estão em andamento no tempo presente, em 2011 e 2012
Entre as principais construções da Praça, se destacam o antigo Edifício da Inspertoria de Portos e canais do Ministério da Marinha, também chamado Palacete D.João VI, que teve sua construção iniciada na década de 1910 e finalizada após a Primeira Guerra Mundial. Este edifício é preservado pelo Patrimônio Histórico.
O Terminal Marítimo de Passageiros do Touring Club do Brasil, também é outro edifício situado na Praça Mauá, para embarque e desembarque de passageiros de grandes transatlanticos, construido na primeira metade do Século 20.
O Arsenal de Marinha também se destaca no cenário da Praça Mauá e dá movimento ao local.
Na Rua Sacadura Cabral, que se liga à Praça Mauá ao vizinho e fronteiriço bairro da Saúde, existe um antigo casario e também uma Igreja histórica, a Igreja de São Francisco. Esta Igreja possui um interessante casario ao redor da mesma e algumas ladeiras também com antigo casario, tanto de um dos lados como nos fundos.
Outro importante edifício da Praça Mauá, é o chamado edifício do Jornal "A Noite", um edifíco de 22 andares construido no final da década de 1930, e que foi um marco da construção civil e do concreto armado no Brasil. O Edifício tem estilo Art-Deco com formas classicistas e simétricas, mas de inspiração mais voltado para os edifícios Art-Deco de Nova York.
Este edifício foi um dos pontos mais procurados da cidade, e se tornou o centro das atenções na época áurea do Rádio, quando lá passou a funcionar a Rádio Nacional, a partir do ano de 1936. Neste mesmo edifício funciona também o INPI, ou Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Localiza-se também na Praça Mauá a sede da Polícia Federal do Rio de Janeiro.
No final do século 20, foi contruído um grande edifíco em estilo pós-moderno, de andares corridos para empresas e escritórios, no local onde existia uma antiga construção em estilo neo-gótico, do início do século 20, que foi demolida sob protestos na época. Este edifício pode ser considerado como parte da revitalização da área, e foi certamente a primeira aventura de grande porte quanto ao estilo pós moderno no Rio de Janeiro. A experiência teve um resultado de bom gosto, embora muito se questione quanto ao tamanho do edifício em uma área próxima à sítios históricos e já bastante adensada.
Locais de Interesse Histórico
Perto da Praça Mauá, fica alguns sítios histórico que remetem de 3 a 3 séculos, como a Fortaleza da Conceição e antiga Casa do Bispo, hoje Serviço Cartográgico e Geográfico do Exército, construções estas no Morro da Conceição com entrada pela Rua do Acre. Também enconstado na Praça Maua, o Morro e Mosteiro de São Bento com a Igreja de N.S. de Mont Serrat, ambas relíquias históricas de imenso valor que vem dos tempos coloniais.
Projeto Porto Maravilha
Entre os planos e projetos de revitalização da área, estão o Museu do Amanhã à ser construído no Pier da Praça Mauá e a derrubada do Elevado da Perimetral, um "terrivel trambulho" que assombra e denigre a paisagem tanto da Praça Mauá como também da Praça 15. O Museu do Amanhã, tem inicialmente, como data prevista para término da construção o final do ano de 2012.
Outro projeto inaugurado no início de 2013 é o MAR - Museu de Arte do Rio, também localizado na Praça Mauá. O Museu está instalado de forma integrada com Palacete Dom João VI (construído no ínicio do século 20 e já descrito acima) e outro edifício existente ao lado que foi completamente reformado. O edifício ao lado é um antigo prédio do Hospital da Polícia Civil.
O Museu tem uma proposta diferente, previsto inicialmente para funcionar dia e noite, integrando-se com nova e saudável vida noturna da então revitalizada zona portuária. O Museu também não possuirá um acervo proprietário, constituindo apenas um espaço para mostras e exibições de outras instituições, assim como um espaço para eventos culturais.
Entretanto, quem visitar a Praça Maua em 2012, ainda poderá ver o elevado e o pier em sua aparência atual.
A Praça Mauá Ao Longo dos Séculos
A Praça Mauá já se chamou Largo da Prainha no início da colonização, e a história da ocupação daquela praia passou por várias fazes, ligados à História, Cíclos Econômicos e Culturais do Rio de Janeiro e do Brasil. Abaixo um breve resumo deste local.
Sítios Históricos do Rio de Janeiro e a Praça Mauá
A ocupação da antiga "Prainha" iniciou-se pelos portugueses na segunda metade do século 16, após a fundação da cidade, quando a Baía de Guanabara foi finalmente ocupada.
A área circundande da Praça Mauá, ainda que muito descaracterizada devido às inúmeras interferencias até em sua topografia, e com inúmeras contruções e demolições, ainda assim guarda alguns poucos sítios históricos do século 16.
As modficações expansões urbanas feita na Cidade do Rio de Janeiro no século 20 praticamente descaracterizaram a cidade como era nos tempos coloniais, não somente sua arquitetura como também sua topografia. O Morro de Castelo, sítio dos primeiros assentamentos foi demolido e arrasada para dar lugar à atual esplanda do Castelo. A Praça 15 ou antigo Largo do Paço por sua vez também foi descaracterizada topograficamente, tendo sido afastada do mar, além de ter sido premiada com o "terrível" viaduto da Av. Perimetral, viaduto este que "contemplou" também a Praça Mauá. O Morro de Santo Antônio que fica atrás do Largo da Carioca foi quase todo arrasado, permanecendo apenas área ocupada pelo Convento de Santo António e suas duas Igrejas históricas. O Morro do Senado foi um dos primeiros a serem arrasados, e nenhum vestígio deste existe mais.
Assim, a Praça Mauá, área que um dia teve uma paradisíaca praia, chamada de "Prainha", também foi vítima das das transformações em nome do progresso. A criação de um novo porto para o Rio de Janeiro, aliado ao viaduto da Avenida Perimetral, juntamente com os edifícios altíssimos que construidos sobre sucessivas demolições, modificaram totalmente o cenário original do lugar.
Os sítios históricos que ainda resistem, ao redor da Praça Mauá, embora encobertos por "espigões" de concreto armado, são o Morro de São Bento e Morro da Conceição que continuando no local. Assim, o Mosteiro de São Bento no topo do Morro de mesmo nome, e o antigo Palácio Episcopal e Fortaleza no topo do Morro da Conceição, continuam lá, preservando uma história que remete de trezentos à quatrocentos anos.
Estes sítios e prédios históricos hoje se encontram quase escondidos, e somente os mais atentos, podem encontra-los na paisagem, de uma cidade que cresceu de forma desmemoriada, com uma mentalidade de demolir e construir novamente, e principalmente na segunda metade do século 20 no afã de "entulhar" a cidade com altos edifícios modernistas de concreto armado.
Transformações, Altos e Baixos
Na Praça Mauá, essa desordem e confusão, essa sequência de construir e demolir passou por várias fazes, das intervenções para defesa nos tempos coloniais, ao uso portuário de carga e turismo em diferentes épocas.
No final do século 19 e início do século 20 era um importante local de importação e exportação, com muitos trapichos, inclusive do Barão de Mauá.
Na primeira metade do século 20 chegou a ser frequentada pelas elites, durante a era dos grandes transatlânticos quando foi construído o terminal do Touring Club do Brasil.
No final da década de 1930 se tornou o centro das atenções com a construção do Edifício do Jornal a Noite, prédio este com 22 andares, altíssimo para época e marco da construção civil no pais.
Foi o centro dos holofotes no auge da era do rádio, quando a Rádio Nacional se instalou no que foi o mais alto edifício da cidade, o mesmo Edifício do Jornal A Noite. Posteriomente a região da Praça se tornou local popular e frequentemente marginal.
Muitas épocas de altos e baixos se sucederam ao longo do tempo, auge, vanguarda e decadência. Nas últimas décadas do século 20 tornou-se lugar de frequência marginal à sociedade, com muitas boates para marinheiros com vida noturna dentro do padrão não recomendado pela chamada boa moral.
Pela Praça Mauá chegaram ao Brasil milhares de escravos e imigrantes e durante a maior parte de sua história, não abrigou os órgãos de destaque da administração pública, nem foi local de requinte para as elites. Mas tem sido ponto de passagem do dia a dia de milhares de trabalhadores da cidade.
Em 1965 foi construído o Pier da Praça Mauá, feito sobre aterro, pier este com intuito de ampliar o porto do Rio de Janeiro. Após algum uso, chegou ao final do século 20 desativado e sem uso.
Futuro, Revitalização e Redefinição Urbanistica
Desde o final do Século 20 e neste início de Século 21, a Praça Mauá tem sido alvo de planos e idéias de revitalização, algumas destas idéias e iniciativas tem sido bastante controversas, tanto quanto ao gosto, como quanto ao que deveria ser preservado, como também com relação à altas construções feitas no loca.
Na década de 1980 foi demolido sob alguns protestos uma construção em estilo neogótico do início do século 20. No local do edifício de poucos andares que foi demolido foi construido um edifício comercial altíssimo, em estilo pós-moderno que passou a marcar o cenário da praça, como o cenário da cidade na área principalmente se visto do mar. O edifício construído no local é de bom gosto, mas cairia melhor se não estivesse próximo ao Morro de São Bento.
Talvez os protestos contra a demolição do antigo "castelinho" neogótico em deteriorado estado não tivessem sentido de preservar exatamente o valor artistico do prédio do início do século. Mas fazia sentido tentar manter construções baixas em torno do Morro de São Bento já tão "sufocado" pelas altas construções ao seu redor feitas no século 20.
Com a revitalização, redefinição urbanistica e aproveitamento da antiga área da portuário do Rio de Janeiro, com muitas partes em desuso, a Praça Mauá entrou nos planos do Projeto Porto Maravilha. E como parte destes esforços, será construído no Pier da Praça Mauá um Museu do Amanhã ou Museu do Futuro, projeto do arquiteto e engenheiro espanhou Santiago Calatravia. O viaduto ou elevado da Av. Perimetral também será posto abaixo.
Acima a apresentação do projeto do Museu do Amanhã, no Pier da Praça Mauá. Do lado direito, o MAR ou Museu de Arte do Rio, inaugurado em 2013, instalado em dois prédios como mostrado na imagem de apresentação ao lado, e como descrito nesta página, mais acima.
Porto de Ligação Entre Passado e Futuro
Certamente a Praça Mauá vai ganhar uma nova aparência, mas pelo menos quem vós escreve espera e anseia que esta nova aparência respeite e olhe também para o passado.
Que a Praça Maua continue a ser um porto e elo de ligação como foi ao longo dos tempos. Antes ligava o que vinha do mar ao interior do Brasil. E que a partir deste início de século 20, em sua redefinição urbanistica, também voltada para o lazer, divertimento e cultura, seja também um porto de história e cultura para quem por lá passar, um porto de ligação harmônica entre a história passada e o futuro que vem a frente.