Edifício Central

Se a Av. Rio Branco, ou antiga Avenida Central foi a estrela da "Belle Epoque" e marco do nascimento do século 20 no Rio de Janeiro ao estilo de Paris, o Edifício Central foi marco do "Estilo Internacional" da Arquitetura Modernista no Rio de Janeiro, ou seja, edifícios construídos com fachada toda em vidro, ao estilo dos arranha céus modernistas de New York.

O Edifício e as Lojas de Comércio

O imponente Edifício Central, no nº 156 faz frente tanto para a Av. Rio Branco como para o Largo da Carioca. Trata-se de um edifício modernista, muito famoso por abrigar inúmeras empresas e salas comerciais e por ter um váriado comercio de varejo em seus 3 primeiros andares.

No total, o edifício possui 37 andares, 1200 amplas salas e estima-se que o número de pessoas que trabalham, acessam e passam pelo edifício diariamente flutua em torno de 160.000 pessoas.

O Edifício situa-se em centro de terreno, com circulação de pedestres ao longo de suas 2 fachadas laterais, fachada voltada para o Largo da Carioca e Av. Rio Branco. No pávimento térreo, possui lojas praticamente ao redor de toda a sua extensão, possuindo também entrada voltada para a Av. Rio Branco e Largo da Carioca. Ambas as entradas possuem escadas rolantes de acesso para as galerias de lojas do subsolo e pavimentos superiores. O edifício e tão grande que possui uma pequena brigada de incêncdio própria.

O comércio existente nos três primeiros pavimentos e um subsolo pode ser chamado de shopping center de porte médio, pois possui bares, restaurantes, lan houses, livrarias, e até agência bancária, etc. São inúmeras as lojas, e até um pequeno cinema existia no edifício.

O Shopping do Edifício Central, chamado oficialmente de Shopping Avenida, pode ser considerado o melhor local do Rio para compras de artigos de computadores e informática. Possui diversas lojas do genêro e também as chamadas lojas em forma de quiosques, onde existe muita oferta de artigos do gênero.

O Edifício Central foi um construção marcante ao seu tempo

O edifício foi inaugurado em 1961, tendo sido construído com estrutura metálica, ao estilo dos edifícios dos Estados Unidos, tendo sido o primeiro edifício de grande porte no Brasil a adotar a estrutura metálica para vigas e pilares. Normalmente os edifícios no Brasil são construídos em sua totalidade em concreto armado, outro tipo de tecnologia tecnologia também moderna, e históricamente falando, mais recente que a tecnologia que utiliza perfis metálicos para vigas e pilares. São tecnologias diferentes, sendo que dentro do sistema produtivo da construção civil no Brasil, o concreto armado foi a tecnologia que mais se adequou como solução econômica para construção de edifícios no século 20. No final da década de 1920, na Praça Mauá foi erguido o edifício do jornal "A Noite", em concreto armado, um marco para época.

Edifício Central em vista da fachada para Av. Rio Branco num movimentado dia de semana. A parte mais larga do edifício é a que abriga a galeria de lojas e comércio do grande edifício.

O edifício pode ser considerado um marco do "Estilo Internacional" no Rio de Janeiro. Para quem conhece bastante arquitetura, pode ver alguma semelhança com o edifício conhecido como "Lever House" de New York, um marco do modernismo dos anos de 1950, construído entre 1951-1952.

O edifício central construído após a demolição do Hotel Avenida em 1957, foi terminado em 1961, três ou quatro anos pós o Edifício Seagram projetado por Mies Van der Rohe, terminado em 1957 e considerado o ponto culminante do estilo internacional e "funcionalismo cúbico". Mas os edifícios desta época, tem sempre alguma aparência semelhante como o termo "Estilo Internacional" sugere e o Edifício Central foi e ainda continua ser a grande estrela desta vertente da arquitetura no Rio de Janeiro.

A Construção do Edifício Central marca o fim de uma curta época e o surgimento de outra

A construção do Edifício Central refletiu também uma nova era, não somente em termos estéticos mas de hábitos e estilo de vida.

O mesmo local, onde hoje situa-se o Edifício Central já foi ocupado por um imponente e famoso hotel, o Hotel Avenida, construído no início do século 20, tendo sido inaugurado em 1910 pouco tempo após a abertura da Avenida Central.

Nesta época o Rio de Janeiro era mais inspirado pela cultura europeia e as reformas urbanisticas da cidade implementadas nos primeiros anos do século 20 se inspiravam em Paris, assim como os hábitos da população tinham a Europa e Paris como sinônimo de bom gosto e inspiração. Tanto a Avenida Central recém aberta como os prédios construídos em toda a sua extensão refletiam esta época.

O Hotel Avenida foi um marco de modernidade em termos de avanços técnicos e serivços oferecidos, assim como refletia o estilo de arquitetura eclética vigente à sua época. Mas as mudanças e os avanços que ocorreram no século 20, em curtos intervalos de tempo levaram o então moderno e famoso hotel a ter uma curta existência. Foi demolido em 1957 para dar lugar à um novo edifício com programa arquitetônico alterado.

O novo edifício teria igualmente galerias de lojas nos primeiros pavimentos, mas o corpo do edifício não seria mais destinado à hotelaria, e sim à um edifício de escritórios para profissionais, atividades empresariais e para ser sede de empresas e grande corporações.

Assim sendo, no local do shopping ou galeria de lojas onde hoje fica o Edifício Central, também já existiu uma das mais famosas galerias do Rio de Janeiro, a Galeria Cruzeiro, que ficava no térreo do antigo Hotel Avenida, que como já foi dito, foi construído no início do século 20 após a abertura da Av. Rio Branco, antigamente chamada de Av. Central.

Os tempos mudaram, e onde existiu um moderno e grande hotel ao estilo da Belle Epoque, que marcava de forma elegante e distinta a paisagem do centro do Rio de Janeiro, surgiu então um moderno edifício comercial de escritórios e sede de grandes empresas.

E onde existiu a Galeria Cruzeiro, passou a existir as galerias ou Shopping Center Avenida, ou Shopping do Edifício Central, igualmente um ponto marcante e de muita afluência no centro da cidade.