Jardins Romanticos do Século 19 na Casa de Rui Barbosa
Os jardins da casa onde morou Rui Barbosa no Rio, são o espelho de uma época e de um estilo de vida. Seguem um estilo de jardim romantico em moda entre a aristocracida do segundo reinado no Rio de Janeiro.
A casa palacete que foi inicialmente construída por um Barão, tendo sido posteriormente adquirida por Rui Barbosa, juntamente com os jardins reflete este estilo de vida.
Sobre os Jardins Romanticos
Jardins fantasiosos, com lagos, pontes pequenos riachos são encontrados também nos fundos do Palácio do Catete, na Quinta da Boa Vista, Passeio Público e Campo de Santana.
Os jardins da Casa de Rui Barbosa tem menores proporções e são mais modestos se comparados com os exemplos citados acima, mas servem como exemplo do gosto e do paisagismo de uma época.
Os jardins frontais são menores e dos fundos são mais amplos, tendo sido o terreno que abriga os mesmos, usado em parte para cavalariça e garagem, como também para árvores frutíferas, hortas e galinheiro.
Nos jardins privativos, existe um quiosque verde, também muito comum nos jardins romanticos do século 19. Na época de D.Pedro II, existiam quiosques semelhantes em parques públicos da cidade.
Jardins frontais da residência
A casa da Rua São Clemente possui dois jardins, um à frente, entre a fachada da casa e os gradis. E outro privativo nos fundos da casa. Um dos hobies ou passatempos de Rui Barbosa era cultivar rosas e colecionar espécies de roseiras.
Na primeira foto acima, jardins romanticos, típicos do final do século 19, na parte frontal da Casa de Rui Barbosa no Rio de Janeiro.
Na segunda foto, também acima, vemos outra parte dos jardins frontais, no mesmo estilo romantico e fantasioso, com pontes, riachos e pequenos lagos, típicos da segunda metade do século.
Jardins privativos
Jardins de fundos ou privativos da casa de Rui Barbosa no quintal da casa da Rua São Clemente, Botafogo.
Nesta parte dos Jardins, vemos mais do estilo romantico tomar forma. Ao centro um "chuveiro de verão". Na verdade um Quiosque, típico dos jardins romanticos em voga no século 19.
Quiosques se tornaram comuns inclusve em parques do Rio de Janeiro como o Passeio Público entre outros locais. Os Quiosques poderiam ter várias funções, e no caso da casa de Rui Barbosa, ele adequou o quiosque que já existia para banhos de verão.
Ao contrário dos jardins que ficam em frente à fachada, que seguem um estilo bem mais fantasioso, os jardins privativos também são imaginativos, mas em alguns setores seguem uma linha mais geométrica e são bem maiores.
Mais ao fundo é vista uma pérgula e possuía também uma videira. Mas os jardins privativos, eram também, mais ao fundo um "quintal". Antigamente, até mesmo até a primeira metade do século 20 era muito comum as residências possuirem áreas nos fundos, áreas estas chamadas de "quintal". Eram utilizadas para cultivo de hortaliças e geralmente contavam com um galinheiro para colher ovos e ter frangos de procedência saudável para a mesa. Muitos quintais tinham alguma(s) árvores frutíferas, em alguns casos até um pequeno pomar.
No caso da residência de Rui Barbosa, ao final dos jardins com ávóres frutíferas e videira, a casa possuía também nos fundos uma horta e um galinheiro certamente cuidado por seus empregados. Como se tratava de uma residência de um aristocrata de altissimo padrão de vida, aos fundos da casa existia inclusive um picadeiro, para adestramento dos cavalos de tração.
Referencias e Fontes:
- Relato de visita do autor à Casa Museu de Rui Barbosa.
- Diversos livros sobre a história e iconografia da Cidade do Rio de Janeiro assim como sobre Rui Barbosa.