Reconstrução do Forte São José
A reconstrução do Forte São José, que integra o sítio histórico da Fortaleza de São João, na entrada da Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, foi motivada pela assim chamada Questão Christie, um grave incidente diplomático ocorrido na década de 1860.
Questão Christie
Na década de 1860, no século 19, aconteceram alguns incidentes envolvendo o naufrágio e perda de carga de um navio Inglês no sul do Brasil e também problemas com cidadãos ingleses em território brasileiro.
O então embaixador britânico no Brasil, William Christie, fez possuído de falta de bom senso e extrema arrogância diversas exigências consideradas descabidas ao governo brasileiro.
Em decorrência da inabilidade do embaixador, as relações diplomáticas entre o Brasil e Reino Unido se tornaram tensas.
Como não foi atendido, o episódio acabou com a apreensão de cinco navios mercantes brasileiros pela marinha Britânica, quando então o o gabinete de governo e o Imperador D.Pedro II decidiram romper as relações diplomáticas entre os dois paises.
Em virtude da ameça do que era então o maior império do mundo, o governo e gabinete constitucional de D. Pedro II decidiu rearmar as fortalezas da entrada da barra, como era chamada naquele tempo a entrada da Baía de Guanabara. Deste modo as Fortaleza de Santa Cruz e a Fortaleza de São João são totalmente remodeladas e reequipadas.
Descrição das melhorias e rearmamento
Na Fortaleza de São João foi reconstruído o Forte São José, contando com 17 casamatas em cantaria (pedra talhada), formados paredes em rocha de 1,40 metos de espessura e encimadas por uma plataforma com parapeito, também construidas em granito.
Na parte superior também foi construído um grande paiol abobadado para guarnecer munição. Este paiol for projetado para ser à prova das armas de então.
A Fortaleza de São João recebeu 15 canhões antecarga Whitworth para as casamatas do Forte São José, e mais 20 canhões alma lisa para a bateria superior (instalada na parte descoberta).
O Reduto São Teodósio, da mesma Fortaleza recebeu um um canhão Armstrong 550 (apelidade de Vovô). Outra 3 baterias foram também equipadas, sendo a bateria D. Pedro que defendia a Praia de Fora, a do Governador que defendia a Praia de Dentro e a da Capela que defendia a várzea.
Acima vemos na imagem maior uma foto do Forte São José visto do mar, tendo mais atrás ao fundo o Pão de Açucar. Se clicar sobre as imagens menores, voce as verá ampliada.
A imagem menor, do lado esquerdo, mais cima, é a reprodução de uma prancha do projeto de reforma e melhoria do forte, da década de 1860. Através deste desenho em corte, podemos ver que originalmente pensou-se em dois andares de casamatas, ou seja duas baterias de tiros superpostas, como foi feito na Fortaleza de Santa Cruz. No desenho visto do lado esquerdo, vemos também a elevação das muralhas ou fachada do forte, como ficaria se tivesse duas baterias de canhões superpostas.
A pequena imagem do lado direito é uma reprodução de foto do canhão Armstrong, posteriormente apelidade de canhão "vovô", instalado no Reduto São Teodósio, também parte integrande na Fortaleza de São João. Esta foto deve ser provavelmente de 1872 quando da inauguração da melhorias da Fortaleza.
Na pequena foto mais acima, do lado direito, vemos a partir do mar, o Forte de São José e o Reduto de São Teodósio.
Veja mais sobre o Forte São José e como visitar a fortaleza histórica.
Referências, fontes e leitura sugerida
Visita do autor desta página ao local e consulta a livros sobre história e iconografia do Rio de Janeiro.
Sobre a Questão Christie.