Casa Marquesa de Santos e Museu do Primeiro Reinado
A Marquesa de Santos foi uma dama que durante algum tempo foi amante de D. Pedro I. A antiga mansão de São Cristovão onde ela morou, junto à Quinta da Boa Vista, hoje abriga o Museu do Primeiro Reinado. Entretanto a casa envolve muitas estórias.
Resumo
Originalmente era uma residência aristócrática, porém menos suntuosa. Como o casarão se localizava no bairro de São Cristovão, junto à Quinta da Boa Vista, onde morava a familia real, D. Pedro I decidiu compra-la para sua amante, a Marquesa de Santos.
Após a aquisição, D. Pedro reformou a casa transformando-a em uma mansão neoclássica, com muitos melhoramentos entre eles inúmeros painéis pintados no interior da mesma.
Hoje em dia abriga o Museu do Primeiro Reinado e certamente a casa também faz juz à este nome, devido à vida dos que lá moraram e que foram proprietários, entre eles a Marquesa que teve uma relação com D. Pedro I, e posteriormente a filha de D. Pedro I que se tornaria Rainha de Portugal.
O local e tudo que a envolve tem forte relação com a história do 1º Reinado e do Brasil.
Nas 4 fotos contidas na imagens abaixo, do lado esquerdo, vemos a fachada exterior da casa, que se volta para a Av. Pedro I, a fachada interior vendo-se as portas e janelas do Salão Oval em frente à um pequeno lago.
Nas outras duas pequenas imagens, vemos cenas do interior da casa. Em uma das fotos do interior, vemos em exposiçãoi pequenos meios transporte para duas pessoas, que eram carregados por servos. Na foto do lado direito, a fachada principal e uma das fachadas laterais.
O Museu do Primeiro Reinado fica na antiga mansão onde morou a Marquesa de Santos, que teve um relacionamento com Dom Pedro I.
Uma Casa Predestinada à Celebridades e Escandalos
Não disponho de todos os dados acerca de todos os moradores da casa que pertenceu à Marquesa de Santos em São Cristovão, no Rio de Janeiro. Mas o primeiro proprietário foi um certo Dr. Teodoro Ferreira de Aguiar, de quem a casa foi adquirida.
Após a reforma que a transformou em uma mansão neoclássica, morou a Marquesa de Santos.
Após 1829, com a mudança da Marquesa para São Paulo, a casa que havia sido presenteada, foi readquirida por D.Pedro I, pagando à Marquesa um bom valor, e lá morou a filha legítima de D. Pedro I, futura Rainha de Portugal.
Em 1857 a casa tornou-se propriedade de Irineu Evangelista de Souza, o famoso Barão de Mauá, pioneiro da era industrial e maior empreendedor do Brasil ao seu tempo. Nesta época a casa também passou por reformas.
Por volta de 1900, principío do século 20, a casa foi comprada pelo médico Abel Parente, e mais uma vez a casa tinha um morador célebre e envolvido no que para a época seria um escanda-lo. Em 1910 o conceituado médico e membro fundador da Sociedade de Medicina, defendia a tese da possibilidade de escolha pela mulher e pelo casal com relação à esterilidade feminina como método de controle de natalidade. A atítude do médico Abel Parente foi considerada imoral para a época, tendo sido inclusive acusado de desviar a mulher de sua predestinação natural. Em meio à ruidosas polêmicas, assim, o Dr. Parente inaugurou, pelo menos com estrondoso e chocante debate a idéia da mulher ter direito de decisões sobre questões que afetam a saúde e o controle de natalidade.
Por volta de 1955 a casa era ocupada pelo Serviço Nacional de Febre Amarela
Nos anos anos de 1960, depois de 1963 a casa foi ocupada pela Divisão de Patrimônio Histórico e Artísitico do Depto. de Cultura da Secretária de Educação.
Atualmente a casa abrigo o Museu do Primeiro Reinado.
Arquitetura da Casa
A casa que um dia pertenceu à alguns personagens ilustres ou famosos, entre eles a Marquesa de Santos, passou por algumas transformações desde sua construção no final do século 18.
Inicialmente, quando foi construído, era um sobradão colonial, com envasaduras ou vãos em arco abatido. Posteriormente, por volta de 1825 foi reformado tomando formas classicizantes ou neoclássicas, após ter sido adquirido para ser morada da Marquesa de Santos. Esta reforma modernizante para a época, com feições neoclássicas, é a que deu ao casarão as formas atuais.
Entre os elementos arquitetônicos da casa que mais se destacam pode-se citar o frontão e os interiores que foram ricamente decorados com afrescos e estuques, em estilo renascentista.
Em termos de forma, um comodo que se destaca é o Salão Oval, que inclusive se projeta para fora da fachada que se volta para os jardins internos. Destacando-se juntamente com este Salão, as escadarias em curva que descem externamente, à céu aberto do segundo andar. Não fosse estas interessantes formas do Salão Oval e escadarias, seria, em termos de volume, um caixotão classicizado.
O projeto da Casa em sua forma atual é de José Pézérat, e a construção esteve à cargo de Pedro Alexandre Cavroé, em 1826, e a pintura em mural é de autoria de Francisco Pedro do Amaral.
Veja mais sobre a arquitetura da casa da Marquesa de Santos, inclusive ilustração com plantas dos pavimentos, assim como sobre a influência do neoclassicismo nas residências do Rio de Janeiro no século 19.
Localização | Como ir ou chegar lá
Localiza-se no bairro de São Cristovão, na Av. Pedro II, nº 293, colado à Quinta da Boa Vista.
Segundo informação de maio de 2008, este museu fica aberto a visitação somente de terça a sexta, de 10 às 19 horas.
É aconselhavel telefonar para certificar-se e agendar visitas.