Mirante Excelsior
Mirante Excelsior na Floresta da Tijuca, situa-se no final da estrada de mesmo nome. O caminho do Excelsior que já foi pavimentado e hoje é apenas uma trilha, estando o mirante em estado de semi-abandono. Ainda assim é um local pitoresco e agradável de se visitar, sendo o coroamento da bela e longa trilha de mais de 1 hora para chegar ao local.
Do amplo mirante, cercado por trás e pelos lados por densa e bela mata, descortina-se uma também uma ampla vista para algumas montanhas da floresta se olhar-mos para o lado esquerdo, e também interessantes vistas da zona norte do Rio de Janeiro, onde podemos ver o Maracanã e também a Baía de Guanabara na região portuária e Ponte Rio Niterói.
Onde fica e como chegar lá:
Para chegar ao local é preciso ir ao Parque Floresta da Tijuca, e uma vez passando pelo portão principal em uma pracinha chamada Afonso Vizeu no Alto da Boa Vista, deve-se seguir até um ponto chamado de "Barracão", ao lado do ínicio da antiga estrada do Excelsior.
Distância: O local fica à 4.556 km a partir da entrada principal do parque.
Altitude: 487m no início do caminho (Barracão). 596 metros no ponto do mirante.
Formas de chegar ao local: D lá somente indo à pé ou de bicicleta. Veja o mapa.
Endereço: Parque Floresta da Tijuca (ou Setor A), com acesso principal pela Praça Afoso Vizeu, Alto da Boa Vista.
Sobre o mirante e seu estado atual
Este mirante, como se encontra nos dias de hoje , devido ao seu estado de abandono, assim como devido à deterioração da pavimentação da estrada, deve ter tidos suas última melhorias entre 1943 e 1946, quando a Floresta da Tijuca teve como administrador o empresário e colecionador de arte Raimundo O. de Castro Maia.
Castro Maya relata em seu livro "A Floresta da Tijuca" que reformou o local denominado "Excelsior", levando água com canalização de ferro e tendo construído duas casas novas para guardas.
Estas duas casas, provavelmente são alguns cômodos que ficam na parte de baixo do piso do Mirante, cômodos estes em total abandono. O piso do mirante em laje de concreto, que constitui também o teto destes cômodos possui uma grande rachadura, certamente de recalque do terreno, ou seja, acomodação ou afundamento das fundações. Entretanto mesmo assim o local se encontra firme, e as cercas ou muretas vazadas do mirante também continuam firmes.
Outro sinal da administração Castro Maya, é o banco de alvenaria, revestido de azulejos pintados ao estilo português, bem ao gosto de Castro Maya, e que marcaram sua administração na floresta.
Um velho poste de luz, completamenta enferrujado, também sinaliza o total abandono do local.
Mas mesmo assim a área do mirante é bela e pitoresca, com temperatura amena e agradável em função da densa vegetação e das árvores frondosas que o cercam. Muitas folhas de árvores cobrem o chão do mirante e mesclam-se com pequenos matinhos. No local existe um banco de cimento e alvenaria revestido com azulejos e guarda-corpo com elementos geométricos em "x".
O ambiente convidada para um rápido piquenique ou lanche, para quem tiver trazido um sua mochila algo para comer e beber.
Origem do nome e primeiro a construir um mirante no local
O local onde situa-se o mirante Excelsior e seu caminho foi um dos pontos da Floresta da Tijuca valorizados pelo Barão de Escragnolle. Naquele local, durante sua gestão como 2º administrador do ainda recém criado horto e parque florestal, entre 1874-1887, o Barão construiu um mirante, que somente viria a ser reformado no século 20, entre 1943-1947.
O nome do local foi dado pelo Barão de Escragnolle como referência ao poema "Excelsior" escrito por Henry Wadsworth Longfellow e publicado em 1841. Se considerada palavra isoladamente, "Excelsior" vem do Latim e significa algo que está "mais alto", "em nível superior", melhor ou "supremo". Era hábito do Barão fazer referências ao nomear locais de acordo com seu gosto literário. A gruta Paulo e Virgínia foi dado este nome invocando o romance de Bernardin de Saint Pierre.
Acima da esquerda para direita, vista do pitoresco camino de volta a partir do mirante, na foto do centro, os picos visto do lado esquerdo e a aparência do mirante atual. Na imagens da direita os picos fotografados com zoom a partir do Excelsior.
Cidade vista do Excelsior no passado e no presente
O cenário que vemos hoje é muito diferente do que seria visto no século 19, antes da construção do Porto do Rio na primeira década do século 20, quando o Saco de São Cristóvão foi aterrado. A imagem ao lado dá uma idéia de como era a vista em 1835, na verdade bem antes da criação do parque Floresta da Tijuca e do Mirante Excesior.
Toda aquela faixa de mar que ficava entre o Morro de São Diogo e antiga Praia de São Cristóvão até o Cajú foi inteiramente aterrada para dar lugar à esta área onde hoje existe o bairro do Santo Cristo, Rodoviária e Avenida Francisco Bicalho.
Na verdade, os aterros do Porto se estenderam até a Praça Mauá, acabando com praias e enseadas que existiam nos Bairros da Gamboa e Saúde.
Da esquerda para a direita, foto voltada para a Ilha do Governador, vista do Centro da Cidade e por último Tijuca.
Acima fotos tiradas do mirante Excelsior, que situa-se à 596 metros acima do nível do mar.
Referências e sugestões
Relato de visita do autor deste artigo ao local Março de 2012, com fotos tiradas pelo próprio autor.
Pesquisa em livros e revistas sobre a história e iconografia do Rio de Janeiro e Floresta da Tijuca.
Sobre o Barão de Escragnolle e 2ª administação da floresta entre 1874-1887
Sobre o poema Excelsior de Longfellow | Tradução (1)
Sobre o poema de Excelsior de Longfellow em Inglês, Português e Latim (2)