História do Largo do Boticário
História do Largo do Boticário começa na década de 30 do Século 19, tendo passado por transformações e reformas, sendo as que deram sua aparência atual ocorridas nas duas primeiras décadas do Século 20.
O Largo já foi logradouro de moradores de renome e famosos, que na prática fizeram a história do local, e um dos pontos de atração turísitca do bairro do Cosme Velho.
As modificações ao longo dos anos
O Largo do Boticário leva este nome por causa de um antigo morador, o Sargento-Mor Joaquim José da Silva Souto, conhecido como Boticário por ser proprietário de uma Botica na antiga Rua Direita, hoje chamada de Rua Primeiro de Março.
Era na Botica onde ele preparava xaropes, bebidas e líquidos medicinais, assim como unguentos, que eram "pomadas" feitas de óleos ou gorduras, aquecidos com ervas para aplicação também medicinal na pele. Botica era o equivalente às farmácias da época e Boticário era o equivalente aos farmaceuticos da época.
Este boticário, teve suas terras adquiridas em 1831, terras estas situadas no bairro que chamamos de Cosme Velho.
Suas primeiras contruções, feitas em estilo colonial no século 19, foram posteriormente substituídas por residências em estilo eclético, do final do mesmo século 19, que muitos chamam de estilo do Rio Antigo.
Entretanto, não são as casas de estilo eclético que lá possam ter existido que contribuem para distinguir o Largo do Boticário como um dos locais mais pitorescos do Rio de Janeiro.
Apesar do local existir como Largo desde o ano de 1879, a aparência do mesmo assim como o estilo do casario neocolonial é produto de várias interferências ou reformas feitas por antigos moradores, como Dr. Paulo Bittencour e espoa e outro morador o Sr. Rodolfo Gonçalves de Siqueira.
As reformas que dão ao casario do Largo a aparência atual, vem do fato de tem sido utilizados materiais antigos e originais, retirados das demolições ocorridas no Centro do Rio, provavelmente durante as obras de "modernização" da cidade e abertura da Avenida Central (atual Rio Branco) entre outras. Foram utilizados também pórticos em granito tirados do Morro da Viúva no Flamengo e também da Pedreira da Candelária.
O calçamento ou pavimentação do Largo em tempos mais remotos, até perto de 1920, era em "pé de moleque", um tipo de calçamento antigo feito com pedras mal talhadas, podendo ser tido como grandes cacos de pedras. Era um tipo de pavimentação muito encontrado ainda em muitas cidades até metade do século 20, embora já existisse a pavimentação com pedras talhadas que era bem melhor.
Durante a gestão do Prefeito Prado Junior, este mandou substituir o calçamento do Largo pelas atuais lajes de pedra, que lá se encontram até os dias de hoje.
Em torno do ano de 1934, o arquiteto Lúcio Costa foi incumbido da reforma de duas das quatro casas do Largo, quando então utilizou-se igualmente de materiais de demolição, mantendo as caracterísitca neocoloniais.
A partir desta época, o Largo do Boticário se manteve com suas caracteristicas neocoloniais, e é sem sombra de dúvida um dos conjuntos arquitetônicos mais pitorescos do Rio de Janeiro, não somente pela arquitetura, mas também pelas matas que o cercam assim como por ter uma corredeira a céu aberto, exatamente das águas de um rio, o Rio Carioca, que faz parte da história da Cidade do Rio de Janeiro.
Moradores do Largo do Boticario que fizeram a história do local
Certamente o botícario que deu nome ao local, lá morou e foi proprietário das terras foi que originou toda esta história cheia de transformações, onde muitos outros contribuiram a criação do locall pitoresco e sua divulgação.
Segundo um painel fixado no local, com informações turísticas e históricas, consta que o colecionador Rudy Siqueira reconstruiu as casas nº 30 e 36 em "estilo neocolonial", ficando assim anotada sua contribuição para os atrativos do local.
Consta também que, a família Bittencourt, que era proprietária do Jornal Correio da Manhã, reformou as casas nº 20 e 22, transformando-as em uma grande mansão. Quem se incumbiu do projeto de reforma foi o arquiteto Lúcio Costa.
Alguns dizem que em uma das casas do Largo do Boticário morou Bárbara Eliodoro, uma crítica de arte e teatro bastane conhecida. Não confundir com a Barbara Eliodoro da Inconfidência Mineira, já que este episódio ocorreu antes da criação do Largo do Boticário.
Na travessa ou Beco do Boticário, na última casa do lado esquerdo de quem entra existe uma placa onde consta-se que lá viveu o pintor, educador, caricaturista Augusto Rodrigues, fundador da Escolinha de Arte do Brasil.
Veja mais sobre o Largo do Boticário e sua aparência atual.